Angústia!?
O amor será sempre algo extremamente subjectivo e complicado de falar ou conseguir. Tudo o que implica duas pessoas, duas formas de pensar, implica haver diálogo e um trocar de experiências, emoções, pensamentos. Nem sempre é fácil essa troca, esse viver a vida a dois.
O que me angustia no amor é a mente, o próprio pensar. Sempre pensei demasiado, confesso, devo sofrer do mesmo que o Fernando Pessoa, a dor de pensar. Pensar às vezes incapacita-nos de fazer ou tomar posições em relação a algo.
O pensar acaba por inatamente se tornar a primeira linha da traição numa relação. Angustia-me pensar na fragilidade do amor e no facto de as relações hoje em dia serem profundamente efémeras. Parece que é uma colecção para ver quem colecciona mais parceiros/as hoje em dia. Angustia-me o facto de a qualquer minuto se puder pôr um fim a algo e começar tudo de novo como se nada fosse. Angustia-me a ideia de que antes de mim existiu outro e que inevitavelmente depois de mim haverá outro e assim consecutivamente. A ideia de não conseguir superar o que outrora existiu com outro é profundamente deprimente. A ideia de que não conseguirei mostrar o mundo e os seus particularismos pela primeira vez e captar ali a emoção de ver as reacções in loco faz-me sentir mal. Faz-me sentir mal o facto de que poderei estar a mostrar algo que já foi visto, sentido, e como tal não tem o mesmo significado que teve e com quem teve a primeira vez, porque há sempre uma primeira vez para tudo. E como tal não há reacção como a primeira.
Todos nós pensamos ou pensámos nisto um pouco em determinadas alturas na vida. Há até quem nunca pense durante o vasto rol de relações que se tem hoje em dia. Há porém quem pense nisto, pense até demasiado acabando por se tornar um tormento pensar nisto a toda hora. Daí o natural rejeitar ou tentar rejeitar o amor, as relações. Para quê atormentar a cabeça com mais um assunto. De tantas coisas não se pode fugir da vida, porém, do amor pode-se fugir sempre. Depende apenas de uma profunda consciencialização dos seus males e dos efeitos em nós. Rejeita-se, pois claro. É difícil mas ao fim de um tempo aguenta-se. Vamo-nos aguentando desaire após desaire que chega a um ponto em que já nada ou pouco faz moça. E se fizer é apenas mais uma. Já estamos habituados.
Mas o amor é bom, sim é. É bom viver com o coração na boca. Mas não é bom pensar ou saber que a outra parte não viverá a vida e as emoções com a mesma amplitude com que nós as viveremos. Sendo assim o amor ao fim de um tempo torna-se praticamente impossível então. Nunca haverá ninguém que consiga viver as realidades tal e qual como nós. Pois não. Houve um passado, houve factos, pessoas, realidades. E nós não estivemos lá nem a outra parte esteve connosco. Que nó na garganta.
O amor devia ser como no 'Love Story' ( apesar de trágico ) ou como no 'High Fidelity' ( apesar de conflituoso) ou como no 'Serendipity'.
Como são bons os amores platónicos.
E viveram felizes para sempre.
The End.
O que me angustia no amor é a mente, o próprio pensar. Sempre pensei demasiado, confesso, devo sofrer do mesmo que o Fernando Pessoa, a dor de pensar. Pensar às vezes incapacita-nos de fazer ou tomar posições em relação a algo.
O pensar acaba por inatamente se tornar a primeira linha da traição numa relação. Angustia-me pensar na fragilidade do amor e no facto de as relações hoje em dia serem profundamente efémeras. Parece que é uma colecção para ver quem colecciona mais parceiros/as hoje em dia. Angustia-me o facto de a qualquer minuto se puder pôr um fim a algo e começar tudo de novo como se nada fosse. Angustia-me a ideia de que antes de mim existiu outro e que inevitavelmente depois de mim haverá outro e assim consecutivamente. A ideia de não conseguir superar o que outrora existiu com outro é profundamente deprimente. A ideia de que não conseguirei mostrar o mundo e os seus particularismos pela primeira vez e captar ali a emoção de ver as reacções in loco faz-me sentir mal. Faz-me sentir mal o facto de que poderei estar a mostrar algo que já foi visto, sentido, e como tal não tem o mesmo significado que teve e com quem teve a primeira vez, porque há sempre uma primeira vez para tudo. E como tal não há reacção como a primeira.
Todos nós pensamos ou pensámos nisto um pouco em determinadas alturas na vida. Há até quem nunca pense durante o vasto rol de relações que se tem hoje em dia. Há porém quem pense nisto, pense até demasiado acabando por se tornar um tormento pensar nisto a toda hora. Daí o natural rejeitar ou tentar rejeitar o amor, as relações. Para quê atormentar a cabeça com mais um assunto. De tantas coisas não se pode fugir da vida, porém, do amor pode-se fugir sempre. Depende apenas de uma profunda consciencialização dos seus males e dos efeitos em nós. Rejeita-se, pois claro. É difícil mas ao fim de um tempo aguenta-se. Vamo-nos aguentando desaire após desaire que chega a um ponto em que já nada ou pouco faz moça. E se fizer é apenas mais uma. Já estamos habituados.
Mas o amor é bom, sim é. É bom viver com o coração na boca. Mas não é bom pensar ou saber que a outra parte não viverá a vida e as emoções com a mesma amplitude com que nós as viveremos. Sendo assim o amor ao fim de um tempo torna-se praticamente impossível então. Nunca haverá ninguém que consiga viver as realidades tal e qual como nós. Pois não. Houve um passado, houve factos, pessoas, realidades. E nós não estivemos lá nem a outra parte esteve connosco. Que nó na garganta.
O amor devia ser como no 'Love Story' ( apesar de trágico ) ou como no 'High Fidelity' ( apesar de conflituoso) ou como no 'Serendipity'.
Como são bons os amores platónicos.
The End.
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