terça-feira, fevereiro 15, 2005

Mudança Aparente

‘Amputei-lhe uma falácia’ – retorquiu o Paulo Portas no debate de hoje. Se bem ouvi, foi assim mesmo.
O debate a cinco até nem foi mau. Desde logo o holograma do Partido Comunista apagou-se. Falta de baterias e tal. Até gostei de ver o debate só a quatro, afinal de contas, o PCP faz parte ainda do bastião da política perdida, acabará por ser engolido pelo BE mais tarde ou mais cedo.
O debate tal como disse não foi mau mas sinceramente não adiantou de nada. O Santana está completamente apático, o Sócrates parece um coitadito, o que vale foi o Portas e o Louçã que ainda deu para animar um pouco, aliás, acho que indubitavelmente o debate foi bom foi para estes dois.
Francisco Louçã é uma espécie de Sereia do Homero. Dá música a qualquer um, música daquela que sabe bem ouvir porém na pratica não sabemos se será assim tão boa. Certo é que o BE é provavelmente o mais promissor partido político em Portugal. A linguagem passa bastante bem e sem grandes artifícios. À saída do debate via-se o Louçã com três amigos e os outros intervenientes cheios de consultores, amigos e afins. Acho que é precisamente nisto que o BE ganha em relação aos outros. Há poucas mariquices. O BE não tem absolutamente nada a perder com isto, muito pelo contrário, tem tudo a ganhar.
O Santana Lopes não me convence minimamente. O Sócrates também não, mas um deles vai ter que subir ao pódio, digamos assim, e toda a gente sabe que será sem margem para dúvidas o Sócrates.
A política nacional está de facto a precisar de sangue fresco. Os dois lideres dos maiores partidos acabam por ser lideres muito fraquinhos. E mesmo que haja uma ruptura após eleições com o surgimento do Marques Mendes ou outro qualquer acabará por ser fraquinho na mesma. É imperioso o surgimento e a aposta em carne literalmente fresca.
Tendo sido este o ultimo debate as minhas ideias continuam na mesma. O meu voto será branco, nulo ou BE. Acho que vou explorar as minhas capacidades artísticas no boletim de voto e deixar-lhes um desenho interessante. A culpa não é minha, é deles. A política há muito que se afastou do Zé da Esquina. Devia haver uma massificação do voto em branco ou nulo, podia ser que existisse uma profunda reflexão acerca dos seus comportamentos.
O importante é ir lá e deixar a inércia. O importante é votar, seja branco, nulo, ou qualquer um deles.
Vota, não sejas idiota.