quinta-feira, abril 28, 2005

Incógnito.

'A minha mente era perpassada por ideias de morte. Não só prefiro morrer novo, como morrerei só e abandonado. Mas depois lembrei-me que o mesmo aconteceria aos meus pais. Depois de reflectir melhor no assunto, apercebi-me que a maioria das pessoas que conhecia iam morrer sós e abandonadas. A vida seria mesmo assim, ou será que era só a minha? Estaria a emitir inconscientemente o tipo de sinais que atraem as almas desesperadas? Olhei para as sombras do gado a dormir e pensei. Os animais é que têm sorte. Os extraterrestres é que têm sorte. Todos têm sorte menos os seres humanos, que nunca precisam de ter a noção de como a sua espécie é malévola ou desesperada.'

Coupland, Douglas (2003), Ei Nostradamus!, Lisboa, Teorema.