inércia
Sinto-me mal, sim sinto-me.
Há algo que me angustia, me aperta a garganta e me dá a volta ao estômago. Como era bom que tudo tivesse sido diferente. Fosse diferente e se tornasse diferente. Sim, era. Mas se calhar isso mudava tudo. Talvez. Talvez fizesse ser o que eu não sou. Não pensasse da maneira que penso ou ajo da maneira que ajo. Talvez. A vida é tão cheia de talvez que até enjoa. Ao longo da vida somos sempre confrontados com múltiplos cenários para uma situação. Demasiados ‘se’s’. Se isto, se aquilo, se aquele outro. Mesmo que a gente aceite as coisas tal como elas são haverá sempre pelo menos um ‘se’.
Mais um ano que passou. O ano transacto até nem foi mau, dentro da medida. Há algum tempo que não me lembro de um ano verdadeiramente bom. Estes últimos anos se fossem representados através de um desenho seriam uma espiral, infinita, sempre igual, sempre a descer. Talvez seja uma fase negra e longa, talvez. Sei que sempre me aguentei até aqui e irei permanecer. Sempre tive alguma esperança no futuro. Para mim são tudo períodos, fases. Talvez esta seja uma demasiado longa. Demasiados ‘talvez’.
A vida não pode ser sempre a perder. Acredito veemente que cada um de nós acabará por ter aquilo que merece, seja bom ou mau. O destino é algo incrível que quando menos esperamos dá por si. Não se pode ganhar nem perder sempre, é portanto vital, que se tenha isso em consideração.
Vida é constituída por pequenos fragmentos, fases, que podem durar muito ou pouco tempo mas que não se mantêm. Bem, há casos fora do comum, há. Mas esses são uns sortudos ou infelizes, dependendo da perspectiva. Esperemos apenas que saibam usufruir da sua condição, no caso dos sortudos, claro.
A minha passagem de ano foi deprimente. Tal como tinha sido a do ano passado, a de há dois anos e como vai ser a do ano que vem. Todas foram porque eu assim quis. Bastava ter querido que elas tivessem sido diferentes e elas tinham sido – mas não iria isso contra àquilo que sou? – sim, iria. Não tenho paciência para me divertir. Tudo me aborrece à minha volta. Já nem os amigos me conseguem causar desejo de abandonar a minha condição inerte.
Sinto-me uma espiral sozinha no meio da multidão fazendo seu constante e perpétuo movimento nunca se fundindo com a multidão, apesar de estar ali, mesmo ao lado.
Esta euforia de fim de ano onde parece que toda a gente tem de apanhar um coma alcoólico ou ejacular, porque assim é que tem que ser, faz-me ficar pior. Somos bombardeados com mensagens de pseudo-felicidade, harmonia e amor durante 31 dias e parece que para o ultimo dia está guardada toda a felicidade e maluquice acumulada ao longo do ano.
Não tenho vontade de beber até cair para o lado, não tenho vontade de me dar à carne ou promiscuidade, e muito menos, de estar imbuído em festas onde toda a gente esconde as suas frustrações entre três copos uma conversa de engate decadente, quando na verdade, eu quero é sair dali ou partir aquela merda toda.
A vida devia ser toda tal e qual quando temos 15 anos. Tudo se resolve num ápice. Ou quando está tudo mal há sempre as sucessivas e rápidas paixões típicas dos 15 anos que fazem esquecer tudo. Se calhar a solução está mesmo aí, no amor. É bom quando nos sentimos apaixonados. Quando é o coração que comanda o dia-a-dia em vez de ser a cabeça. Viver com coração na boca. Sim, é bom. Mas já nem paciência para me dar a isso tenho. O meu BI indica que estou na flor da vida, porém, eu sinto-me velho e doente. Muito doente.
Espero que seja uma fase, uma má e longa fase que dura já alguns anos. Às vezes gostava de ser totalmente diferente, mas acho que também já gosto de ser assim, não sei. Falta algo. Preciso algo. Empatias.
Oh well, odeio o Dezembro.
Há algo que me angustia, me aperta a garganta e me dá a volta ao estômago. Como era bom que tudo tivesse sido diferente. Fosse diferente e se tornasse diferente. Sim, era. Mas se calhar isso mudava tudo. Talvez. Talvez fizesse ser o que eu não sou. Não pensasse da maneira que penso ou ajo da maneira que ajo. Talvez. A vida é tão cheia de talvez que até enjoa. Ao longo da vida somos sempre confrontados com múltiplos cenários para uma situação. Demasiados ‘se’s’. Se isto, se aquilo, se aquele outro. Mesmo que a gente aceite as coisas tal como elas são haverá sempre pelo menos um ‘se’.
Mais um ano que passou. O ano transacto até nem foi mau, dentro da medida. Há algum tempo que não me lembro de um ano verdadeiramente bom. Estes últimos anos se fossem representados através de um desenho seriam uma espiral, infinita, sempre igual, sempre a descer. Talvez seja uma fase negra e longa, talvez. Sei que sempre me aguentei até aqui e irei permanecer. Sempre tive alguma esperança no futuro. Para mim são tudo períodos, fases. Talvez esta seja uma demasiado longa. Demasiados ‘talvez’.
A vida não pode ser sempre a perder. Acredito veemente que cada um de nós acabará por ter aquilo que merece, seja bom ou mau. O destino é algo incrível que quando menos esperamos dá por si. Não se pode ganhar nem perder sempre, é portanto vital, que se tenha isso em consideração.
Vida é constituída por pequenos fragmentos, fases, que podem durar muito ou pouco tempo mas que não se mantêm. Bem, há casos fora do comum, há. Mas esses são uns sortudos ou infelizes, dependendo da perspectiva. Esperemos apenas que saibam usufruir da sua condição, no caso dos sortudos, claro.
A minha passagem de ano foi deprimente. Tal como tinha sido a do ano passado, a de há dois anos e como vai ser a do ano que vem. Todas foram porque eu assim quis. Bastava ter querido que elas tivessem sido diferentes e elas tinham sido – mas não iria isso contra àquilo que sou? – sim, iria. Não tenho paciência para me divertir. Tudo me aborrece à minha volta. Já nem os amigos me conseguem causar desejo de abandonar a minha condição inerte.
Sinto-me uma espiral sozinha no meio da multidão fazendo seu constante e perpétuo movimento nunca se fundindo com a multidão, apesar de estar ali, mesmo ao lado.
Esta euforia de fim de ano onde parece que toda a gente tem de apanhar um coma alcoólico ou ejacular, porque assim é que tem que ser, faz-me ficar pior. Somos bombardeados com mensagens de pseudo-felicidade, harmonia e amor durante 31 dias e parece que para o ultimo dia está guardada toda a felicidade e maluquice acumulada ao longo do ano.
Não tenho vontade de beber até cair para o lado, não tenho vontade de me dar à carne ou promiscuidade, e muito menos, de estar imbuído em festas onde toda a gente esconde as suas frustrações entre três copos uma conversa de engate decadente, quando na verdade, eu quero é sair dali ou partir aquela merda toda.
A vida devia ser toda tal e qual quando temos 15 anos. Tudo se resolve num ápice. Ou quando está tudo mal há sempre as sucessivas e rápidas paixões típicas dos 15 anos que fazem esquecer tudo. Se calhar a solução está mesmo aí, no amor. É bom quando nos sentimos apaixonados. Quando é o coração que comanda o dia-a-dia em vez de ser a cabeça. Viver com coração na boca. Sim, é bom. Mas já nem paciência para me dar a isso tenho. O meu BI indica que estou na flor da vida, porém, eu sinto-me velho e doente. Muito doente.
Espero que seja uma fase, uma má e longa fase que dura já alguns anos. Às vezes gostava de ser totalmente diferente, mas acho que também já gosto de ser assim, não sei. Falta algo. Preciso algo. Empatias.
Oh well, odeio o Dezembro.
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