Fragmentos - II
Bruno.
Bruno levanta-se de manhã. Ergue-se da cama e senta-se. Acende a luz do candeeiro num movimento de “sorte” no escuro e acende a luz. Vê as horas. Já é dia, mas lá fora através dos estores ainda é noite.
Bruno olha-se através dos espelhos do seu armário enquanto está sentado na cama. Olheiras. Fundas e negras. Sono. Muito sono.
Bruno levanta-se, lava-se e come. Veste-se e prepara-se para sair cumprindo todas as tarefas maquinalmente olhando para os segundos do relógio. Olha para a sua mochila no chão. Pega-a. Ao pegar na mochila já devidamente equipada para mais um dia ele tem vontade de cair. Ir de encontro ao chão e ficar ali, inerte à espera que o tempo passe sem rumo ou destino. Apenas passe.
Bruno reage. Pega na mala e mete-se a caminho.
Bus, comboio, metro, faculdade. Faculdade, metro, comboio, bus – Rotina de Bruno.
Fez-se ao caminho no seu trajecto diário.
Barulho, buzinas, fumo, ruído e rostos. Rostos. Bruno vê demasiados rostos todos os dias. Centenas de rostos. Às vezes, Bruno pensa no que estará por detrás dos rostos. Histórias de amor, tristes, mentiras, traições, inveja e inocência. Pensa se não estará ali, no molho de gente que vê diariamente no seu trajecto a felicidade de algumas pessoas que por aí passam perdidas em busca também elas de um rosto por aí perdido.
Bruno pensa. Pensa de mais.
Sol já brilha por entre o nublado fumo citadino. Bruno chegou à “Babilónia”. Apressa o passo e sobe a rua que o leva à sua rotina.
Entra na Faculdade.
Rostos, rostos e mais rostos.
Bruno não gosta do ambiente. Demasiados rostos. Demasiada confusão. Tenta não olhar para nenhum, olhando para o chão percorrendo os corredores que o levam à sala de aula. Bruno começa a suar ao longo do caminho. Demasiados rostos. Demasiada felicidade nos rostos. Sente-se mal. Tem vontade de fugir daquele lugar. Não gosta. Acha aborrecido as pessoas e os rostos que o povoam. Bruno não tem vontade de estar ali com aqueles rostos. Desejava que eles pudessem desaparecer num ápice. Bruno sente-se sozinho no meio de tanta gente. Ele bem tenta lidar com os rostos mas não consegue. Acha-os aborrecidos e prefere estar sozinho com a sua mente do que com os diversos rostos que povoam aquele lugar.
Sente-se mal.
Queria mudar-se e mudar o mundo. Mas não consegue. Não tem forças.
Está na flor da idade num local onde muitos gostariam estar, porém, sente-se mal. Não consegue gostar do que faz. Acaba por ficar estarrecido a ver o tempo a passar e a fingir que está dentro da realidade.
Bruno encontra a sala perdida. É o primeiro. Entra na sala fria e sozinha e fica inerte à espera da aula. Sente-se bem, sozinho.
Está a chover. A chuva bate forte nos vidros e ouve o vento através das janelas metálicas na sala. Lá fora, no pátio, através das janelas, vê um casal de jovens a oscular-se de mão dada à chuva. Bruno sorri.
Gostava de ser como eles mas não consegue. Não vê esperança. Não vê amor.
Colegas entram na aula. Bruno começa a suar de novo. Colegas falam-lhe. Finge estar interessado em falar com eles também. Bruno só pensa em fugir dali. Sua cabeça repete maquinalmente: FOGE, FOGE, FOGE, FOGE, FOGE!!!!
Bruno está farto de viver assim. Inerte e sem gosto no que faz.
Quer desistir, porém, tem esperança que algo surja e o faça mudar tudo aquilo que conheceu até hoje.
Bruno espera.
Bruno anseia.
Até quando?! – pergunta Bruno.
Quantos “Brunos” andam por aí?
Bruno levanta-se de manhã. Ergue-se da cama e senta-se. Acende a luz do candeeiro num movimento de “sorte” no escuro e acende a luz. Vê as horas. Já é dia, mas lá fora através dos estores ainda é noite.
Bruno olha-se através dos espelhos do seu armário enquanto está sentado na cama. Olheiras. Fundas e negras. Sono. Muito sono.
Bruno levanta-se, lava-se e come. Veste-se e prepara-se para sair cumprindo todas as tarefas maquinalmente olhando para os segundos do relógio. Olha para a sua mochila no chão. Pega-a. Ao pegar na mochila já devidamente equipada para mais um dia ele tem vontade de cair. Ir de encontro ao chão e ficar ali, inerte à espera que o tempo passe sem rumo ou destino. Apenas passe.
Bruno reage. Pega na mala e mete-se a caminho.
Bus, comboio, metro, faculdade. Faculdade, metro, comboio, bus – Rotina de Bruno.
Fez-se ao caminho no seu trajecto diário.
Barulho, buzinas, fumo, ruído e rostos. Rostos. Bruno vê demasiados rostos todos os dias. Centenas de rostos. Às vezes, Bruno pensa no que estará por detrás dos rostos. Histórias de amor, tristes, mentiras, traições, inveja e inocência. Pensa se não estará ali, no molho de gente que vê diariamente no seu trajecto a felicidade de algumas pessoas que por aí passam perdidas em busca também elas de um rosto por aí perdido.
Bruno pensa. Pensa de mais.
Sol já brilha por entre o nublado fumo citadino. Bruno chegou à “Babilónia”. Apressa o passo e sobe a rua que o leva à sua rotina.
Entra na Faculdade.
Rostos, rostos e mais rostos.
Bruno não gosta do ambiente. Demasiados rostos. Demasiada confusão. Tenta não olhar para nenhum, olhando para o chão percorrendo os corredores que o levam à sala de aula. Bruno começa a suar ao longo do caminho. Demasiados rostos. Demasiada felicidade nos rostos. Sente-se mal. Tem vontade de fugir daquele lugar. Não gosta. Acha aborrecido as pessoas e os rostos que o povoam. Bruno não tem vontade de estar ali com aqueles rostos. Desejava que eles pudessem desaparecer num ápice. Bruno sente-se sozinho no meio de tanta gente. Ele bem tenta lidar com os rostos mas não consegue. Acha-os aborrecidos e prefere estar sozinho com a sua mente do que com os diversos rostos que povoam aquele lugar.
Sente-se mal.
Queria mudar-se e mudar o mundo. Mas não consegue. Não tem forças.
Está na flor da idade num local onde muitos gostariam estar, porém, sente-se mal. Não consegue gostar do que faz. Acaba por ficar estarrecido a ver o tempo a passar e a fingir que está dentro da realidade.
Bruno encontra a sala perdida. É o primeiro. Entra na sala fria e sozinha e fica inerte à espera da aula. Sente-se bem, sozinho.
Está a chover. A chuva bate forte nos vidros e ouve o vento através das janelas metálicas na sala. Lá fora, no pátio, através das janelas, vê um casal de jovens a oscular-se de mão dada à chuva. Bruno sorri.
Gostava de ser como eles mas não consegue. Não vê esperança. Não vê amor.
Colegas entram na aula. Bruno começa a suar de novo. Colegas falam-lhe. Finge estar interessado em falar com eles também. Bruno só pensa em fugir dali. Sua cabeça repete maquinalmente: FOGE, FOGE, FOGE, FOGE, FOGE!!!!
Bruno está farto de viver assim. Inerte e sem gosto no que faz.
Quer desistir, porém, tem esperança que algo surja e o faça mudar tudo aquilo que conheceu até hoje.
Bruno espera.
Bruno anseia.
Até quando?! – pergunta Bruno.
Quantos “Brunos” andam por aí?
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