Fragmentos
'( ... )agora o amor é muito rápido, não marca passo como no nosso tempo.'
Bem-vindos ao Mundo Moderno.
Hoje em dia cada vez menos se tem tempo para tudo. Anda-se de um lado para o outro na correria diária citadina. Cada vez menos se tem tempo para respirar, aproveitar o silêncio, até porque, na cidade os momentos de silêncio são escassos.
Buzinas, buzinas, fumo, fumo, gritos, ambulâncias, aviões.
Olhamos em volta e estamos no centro do ruído moderno.
A cidade consome-nos. Faz-nos ter menos paciência para os outros e para tudo. Mesmo que não queiramos ser como os “outros” há claramente uma estandardização de comportamentos e acabamos por ser influenciados pela cidade.
Há quanto tempo não paras e olhas em silêncio o que está à tua volta? – Há muito decerto.
Mesmo que queiramos o relógio não permite. Saímos de casa com horário escalonado, marcado, rígido. Ir aqui, ir acolá, vir dali, ir para ali, pum.... Casa. Comer, dormir e amanhã tudo igual.
Andamos lentamente a morrer em virtude do relógio.
Chegamos a um ponto que paramos e vemos que não aproveitámos nada da vida, porque basicamente, ela não nos deixou aproveitar nada na correria louca das obrigações. Resta-nos o tempo fugaz entre os amigos, tertúlias marcadas pela frustração diária. O acumular de stresses semanais entre conversas também elas fugazes, porque amanhã é outro dia e tem que se aproveitar o nada.
Como ter paciência para o amor nos dias que corre? – Abençoado quem a tem. As relações tornam-se rápidas na ânsia de encontrar empatias. O desejo de encontrar o príncipe/princesa encantado/a faz com que uma série de etapas seja quebrada e diminuída. Para quê? – pergunto eu. Se acabarás no mesmo ponto de onde vieste. Sozinho/a aí, a procurar outra
empatia rápida.
Andamos a tapar as feridas com pensos rápidos. Contudo, apenas as tapamos, não damos tempo a elas para respirarem, cicatrizarem. As feridas curam-se ao ar livre, expostas. Não com pensos rápidos que apenas as tapam e as ocultam dos outros. Ninguém disse que era fácil. Faz algo por ti próprio.
Relações fugazes... Estórias tristes a dobrar, frustrações a dobrar, desilusões a dobrar, traumas a dobrar. Andamos todos acumular o dobro em tudo.
Os tempos mudam, claro. Devo ser um antiquado, talvez.
Há coisas que nunca deveriam ter mudado.
'Morrendo devagar, partícula a partícula. Ouço o som da morte na tua pele, livro que se encarquilha na câmara húmida do tempo. Os teus órgãos arrefecem – Há quanto tempo não te arde o coração?'
Bem-vindos ao Mundo Moderno.
Hoje em dia cada vez menos se tem tempo para tudo. Anda-se de um lado para o outro na correria diária citadina. Cada vez menos se tem tempo para respirar, aproveitar o silêncio, até porque, na cidade os momentos de silêncio são escassos.
Buzinas, buzinas, fumo, fumo, gritos, ambulâncias, aviões.
Olhamos em volta e estamos no centro do ruído moderno.
A cidade consome-nos. Faz-nos ter menos paciência para os outros e para tudo. Mesmo que não queiramos ser como os “outros” há claramente uma estandardização de comportamentos e acabamos por ser influenciados pela cidade.
Há quanto tempo não paras e olhas em silêncio o que está à tua volta? – Há muito decerto.
Mesmo que queiramos o relógio não permite. Saímos de casa com horário escalonado, marcado, rígido. Ir aqui, ir acolá, vir dali, ir para ali, pum.... Casa. Comer, dormir e amanhã tudo igual.
Andamos lentamente a morrer em virtude do relógio.
Chegamos a um ponto que paramos e vemos que não aproveitámos nada da vida, porque basicamente, ela não nos deixou aproveitar nada na correria louca das obrigações. Resta-nos o tempo fugaz entre os amigos, tertúlias marcadas pela frustração diária. O acumular de stresses semanais entre conversas também elas fugazes, porque amanhã é outro dia e tem que se aproveitar o nada.
Como ter paciência para o amor nos dias que corre? – Abençoado quem a tem. As relações tornam-se rápidas na ânsia de encontrar empatias. O desejo de encontrar o príncipe/princesa encantado/a faz com que uma série de etapas seja quebrada e diminuída. Para quê? – pergunto eu. Se acabarás no mesmo ponto de onde vieste. Sozinho/a aí, a procurar outra
empatia rápida.
Andamos a tapar as feridas com pensos rápidos. Contudo, apenas as tapamos, não damos tempo a elas para respirarem, cicatrizarem. As feridas curam-se ao ar livre, expostas. Não com pensos rápidos que apenas as tapam e as ocultam dos outros. Ninguém disse que era fácil. Faz algo por ti próprio.
Relações fugazes... Estórias tristes a dobrar, frustrações a dobrar, desilusões a dobrar, traumas a dobrar. Andamos todos acumular o dobro em tudo.
Os tempos mudam, claro. Devo ser um antiquado, talvez.
Há coisas que nunca deveriam ter mudado.
'Morrendo devagar, partícula a partícula. Ouço o som da morte na tua pele, livro que se encarquilha na câmara húmida do tempo. Os teus órgãos arrefecem – Há quanto tempo não te arde o coração?'
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