quarta-feira, dezembro 08, 2004

Amizade Fálica

Num recente estudo sobre as praticas sexuais dos estudantes universitários portugueses ficou-se a saber que mais de 50% fazia sexo com várias parceiras e sem preservativo.
O facto de se fazer com várias parceiras não faz mal nenhum até porque há que ir experimentando até encontrar a pessoa certa (lol), contudo, o facto de se fazer sem preservativo tendo dessa forma um comportamento de risco é de facto alarmante.
Acho que se fosse há uns 10 anos atrás ainda era admissível, mas mesmo aí já havia a informação, agora hoje em dia acho que não há qualquer tipo de desculpa possível.
O que me parte a rir é ver nas manifestações de estudantes onde se cria e propaga o pseudo-manifesto-de-que-nos-preocupamos-muito-com-os-problemas-do-ensino-em-Portugal-e-com-a-educação-sexual – basicamente vê-se um grupo de idiotas que não sabe muito bem porque está ali mas foi para ali porque os colegas também foram e é sempre ‘fixe’ não ter aulas. Baldar-se às aulas é fashion. É o acto mais rebelde de uma vida ainda cheia de nestum e copinhos de leite.
As pessoas que se vêem nas manifestações (corro o risco de ser um pouco extremista agora, mas de facto assim o é na sua maioria) a pedir a suposta Educação Sexual são aquelas que normalmente vão para os bares de noite em busca de carne fresca (e daí talvez não seja tão fresca), e têm claramente actos de risco. Uns quantos shots onde impera a lei do ‘quem bebe mais ganha’, eu-sou-muita-maluco-porque-bebo-até-ir-falar-com-o-gregório, e o marcar ‘golo’ numa qualquer que já tenha consumido uns quantos psicotrópicos e praticamente baixe as calças à primeira palavra, esquecem-se regras e actos que por vezes podem assumir mais tarde um cariz vital para o futuro.
Há uma clara irresponsabilidade tanto da parte deles como delas. Ambos têm responsabilidade, neste caso deveriam ter, naquilo que fazem, logo os 2 deviam andar protegidos. Há também a ideia de que só uma das partes é que tem que estar protegido. Porquê só uma? Porque não as 2? Afinal de contas não é a 2?
A gente sabe que os preservativos realmente alguns até estão caros mas sinceramente. Senão há preservativos à mão há sempre um saco do Jumbo ou Continente e pronto a ser utilizado para substituir. Aliás, ouvi dizer que os do LIDL ou Intermarché são mais resistentes (LOLADA). Se forem apologistas de actividades mais ‘todo-terreno’ optem por esses dois. Mas não façam sem usar nada.
Mítica frase de que: “De noite todos os gatos são pardos” – bate que nem uma maravilha. Por vezes vai-se pelo exterior e pensa-se que só acontece aos outros. Aquela pessoa? Naaa, jamais teria alguma doença. Nunca na vida. – acontece sempre os outros, claro, aqueles que apanharam nomeadamente a Sida também diziam o mesmo. Vejam agora o ponto em estão. Não, não, acontece só aos outros. Pode acontecer a mim, a ti e a ele/a, porém, podemos claramente reduzir as probabilidades disso acontecer a qualquer um de nós, não? Que tal começar pelo mais básico dos mais básicos?
Por vezes pensa-se que lá por se conhecer a pessoa xpto ela não tem comportamentos de risco. Hoje em dia não se pode ter certeza de nada nem ninguém. Pelas vias da dúvida protege-se. Protecção a mais nunca fez mal a ninguém.

- Olá, como estás Esdrubal?
- Estou bem e tu Jakim?
- Estou maravilhado com a minha relação com a Gertrudes. Amo-a mesmo. É a mulher da minha vida.
- Bem, Jakim. Tenho algo para te revelar. Sabes, a Gertrudes foi a minha casa no outro dia levar-me um livro que eu tinha esquecido quando fomos sair os 3 a Lisboa à noite.
- Sim, e daí?
- E daí que eu estava a tomar banho e fui à porta ver quem era. Deparei-me com ela. Ela entrou em casa, claro. Eu fui vestir-me ao quarto num ápice para estar apresentável para ela.
- Acho que sim. Bons modos, sabes que aprecio isso.
- Pois... Mas o pior veio depois ou mais precisamente nessa mesma altura. Ela entrou no meu quarto e começou-se a fazer a mim. Não gostei das atitudes dela e fiz-lhe claramente ver isso até porque é a parceira do meu melhor amigo. Ela não quis saber desse facto e fez-se a mim.
- Não acredito no que estou a ouvir, Esdrubal. Que fizeste tu, conta-me, por favor!!
- Ouve Jakim, eu tentei, Deus sabe como eu tentei. A tua namorada é claramente mais forte que eu. Não resisti e caí na cama. Acabou por possuir-me e eu fiquei absorto nela. Parecia que não conseguia resistir. Ela puxou-me a toalha a e fez-me Fellatio.
- Oh não!!!!!! COMO É QUE FOSTE CAPAZ MEU PANELEIRO DO CARALHO!?!?! PENSEI QUE FOSSEMOS AMIGOS!!!
- Jakim, tem calma, por favor. Sabes como nós, homens, reagimos nestas situações. É algo mais forte que nós. Ficamos absorvidos pela magnitude do poder feminino.
- Poder o caralho meu mancebo de merda. Poder dou-te eu no cú. Como é possível teres-me feito isso, foda-se. ÉS UM BARDAMERDAS.
- Jakim, que modos brejeiros são esses de falar? Somos amigos há uma vida. Andámos juntos na escola e na catequese e não reconheço esse teu modo de falar para com a minha pessoa. Peço-te para que sejas mais correcto para comigo, sff.
- METO-TE A CORRECÇÃO É PELA GOELA ABAIXO MEU CABRAO!! QUE MAIS A PUTA TE FEZ, CONTA, CONTA-ME CABRAO DO CARALHO. PANDULAS!
- Ela continuou a fazer-se a mim. Acabou por despir-se e montar-me na cama. Fizemos sexo durante horas. Ela estava completamente possuída e insaciável. Não consegui sair dali. Era incapaz e ela não me deixava. Acabamos por fazer cunnilingus durante alguns minutos. Digo-te que foi algo muito difícil para mim. Eu não queria e tive que fazer um enorme esforço. Só queria era sair dali mas ela obrigou-me a ter sexo com ela.
- Oh não!!! Oh não!!! Diz que me estás a mentir por favor. Foste-lhe ao cú ainda por cima? A PUTA NUNCA ME DEIXOU IR-LHE AO CÚ E A TI DEIXA, VACA DO CARALHO. Que mais se passou, Esdrubal. Conta-me tudo sff.
- Eu conto Jakim, eu conto. Mas por favor acalma-te. Nunca te vi assim meu caro amigo. Foi só a tua namorada mais nada. Depois parámos e ela vestiu-se e deixou-me ali sozinho, violado e indefeso. Reparei que ela estava a ficar com herpes labial mas nem quis saber. Eu queria era ficar sozinho.
- PUTA QUE A PARIU!!!
- Mas há mais. No dia a seguir o Kim Zé, o homem do talho, tu sabes qual é, disse-me que a tinha visto a sair de minha casa e perguntou-me se eu andava com ela. Respondi que não, claro. Ele disse-me que ela era e vou citar ele: Uma porquinha do caralho que só gostava de meter cornos a todos – O Kim Zé, disse-me ainda que ela também tinha andado com o Antunes, o homem da Frutaria. Fiquei perplexo. Isto tudo passou-se durante a tua relação com ela.
- Oh não, óh não, óh não.
- Ela anda com o bairro todo nas tuas costas. Ela mentiu-te. Eu fui apenas mais. Tal como tu.

Se de facto quer-se o prazer carnal e não há nada, entao acho melhor guardar para depois ou fiquem-se pelos preliminares. Sempre dá para alguma coisa e fica-se com vontade para a experimentação posterior. Tendo sempre em conta que os próprios preliminares podem levar a actos de risco, logo, cuidado também com as brincadeiras.
A sida de facto aumenta dia após dia e em camadas mais novas. É um problema global que cabe a cada um de nós reduzir e podemos reduzir com actos tão simples que é uma idiotice correr risco de apanhar uma doença tão fatal.
Todos nós tivemos, temos ou conhecemos amigos que têm ou tiveram comportamentos de risco, cabe a nós, como amigos, ser os primeiros a repreender esses actos. Os amigos não servem para dizer coisas bonitas mas sim aquilo que tem que ser dito na hora certa. Discursos com florzinhas a gente deixa para os outros.
Este texto tem claramente uma parte mais idiota e outra mais séria. Cabe a vocês que perdem o vosso tempo a ler os meus textos, e penso que vocês já devem ter idade suficiente para ser responsáveis pelos vossos actos, compreender e entender a problemática desta realidade.
Não encorajem a idiotice mas sim a responsabilidade.
‘Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto’.